sexta-feira, 15 de maio de 2009

The Simpsons Game Review


The Simpsons... quem é que nunca ouviu falar neste nome? Trata-se pura e simplesmente da família mais famosa do mundo. Nada que nos impeça de explicarmos a razão porque são. Os Simpsons nasceram nos Estados Unidos, em 1987 e rapidamente se tornaram numa das famílias mais famosas do País. Estamos a falar de uma série centrada nesta família que é resumida geralmente, como uma critica à sociedade norte-americana. Entre outras particularidades, os Simpsons são amarelos, e por essa razão, são também conhecidos como a família mais amarela do planeta.
Depois de muitas adaptações a jogo por parte de firmas menos conceituadas, a meio deste ano foi a vez da Electronic Arts(EA Games) anunciar a produção de um jogo baseado na série com a promessa de que seria um título que todos os fãs iam adorar.
The Simpsons Game é um jogo de plataformas que pretende recriar na totalidade o ambiente da série, e nesse aspecto, sem querer estragar possíveis surpresas, a EA está de parabéns.
Todas os membros da família são jogáveis, desde o pai Homer, passando pela mãe Marge, o irmão mais velho Bart, a irmã crânio Lisa, e a bebê, a Magie, cada um com o seu poder especial. Toda a cidade de Springfield, a famosa cidade onde os Simpsons vivem foi também recriada até ao mais infamo pormenor, sem que falte qualquer um dos locais conhecidos dos fãs da série, tal como as personagens que dão vida à cidade.
O jogo começa com uma cena bem ao estilo da série, em que a família se encontra no sofá, e no seu cantinho habitual observamos Homer com uma caixa de chocolates caída sobre o colo, enquanto este adormece. Momentos depois, temos Homer a sonhar que está numa cidade feita de chocolate, a comer tudo o que lhe aparece à frente, até que lhe surge ao caminho um coelho que lhe pede para parar. Depois de uma curta conversa, Homer decide ir atrás do coelho, e é aqui que a nossa aventura começa. Este primeiro nível é uma espécie de tutorial, no qual nos ensinam a executar os poderes de Homer, a fazer saltos duplos, e nos apresentam os itens colecionáveis à nossa disposição.
Os itens disponíveis variam de personagem para personagem, e podem ser encontrados não só nos episódios (nome atribuído aos níveis) como na cidade. Estes permitem-nos depois desbloquear itens como roupas novas, e alguns segredos que podem ser encontrados na casa. Dando o exemplo de Homer, este tem como itens colecionáveis as caricas de cerveja da Duff, e quando as encontramos todas num nível, ganhamos uma garrafa de cerveja que pode ser vista na nossa garagem. Situação a explorar por muitos, mas que vai ser deixada de parte por outros, pois estes itens não são muito fáceis de encontrar.
Como já devem ter percebido, o jogo encontra-se dividido por episódios, cada um com uma história própria, e quase sempre paródias aos jogos. Temos, entre outros, nomes como "Grand Theft Scratchy" ou "Shadow of The Colossal Donut".
Outra das particularidades do jogo, é o facto dos Simpsons se encontrarem dentro de um jogo. Sim, parece confuso, mas é tão simples quanto o que está aí. A descoberta é feita por Bart que se depara com um manual do "The Simpsons Game", no qual estão explicados os poderes à disposição da família. Nestes poderes centra-se o principal componente da ação do jogo.
Todos os poderes são próprios de cada personagem,que permitem fazer coisas únicas, como chegar a certos locais inalcançáveis por outras personagens, ou resolver puzzles. Talvez seja esta também a razão, para que o jogo se desenrole sempre a dois, à excepção do primeiro episódio sobre o qual já falamos.
Falando então sobre a importância dos poderes na ação, à que referir que o restante ataques passam pelo pressionar de um simples botão (X nesta versão), vezes e vezes sem conta, com a única adição a ser o pressionar de outro botão no final de cada combo. Já os poderes base, são usados pressionado o botão O(nessa versão para PS3). Homer dá arrotos devastadores, se ficarmos a pressionar um pouco o botão (e tivermos a barra de energia cheia), Bart usa a sua fisga para apontar aos inimigos ou a elementos do cenário que lhe permitem abrir novas passagens, Lisa usa o seu saxofone para voltar os inimigos uns contra os outros e Marge faz uso do seu megafone para incentivar a multidão a destruir elementos do cenário ou inimigos.
Para além destes poderes base existem ainda as transformações. Homer por exemplo, transforma-se numa bola, o que no início lhe permite deslizar contra os inimigos e objectos presentes no cenário, destruindo tudo o que lhe aparece pela frente. Já Bart transforma-se em Bartman, e ganha assim a possibilidade de voar e trepar por certas paredes. Estas transformações vão evoluindo a medida que se avança no jogo, mas fica para descobrirem.
Aqueles que podem ter receio de que algum inimigo se torne mais difícil de combater devido às limitações do sistema de combate,se enganaram. Com poucos golpes podemos derrotar os inimigos, e estes não nos retiram praticamente vida. Aliás, é quase impossível morrer no jogo. Já os puzzles, são na sua maioria bastante básicos, pelo menos se forem feitos com atenção e com calma. Pelo mesmo caminho, vão as seções de plataformas, na verdade, ainda mais básicas, até mesmo quando se tem que fazer uso dos poderes. Resumindo, trata-se de um jogo acessível, tal como parte do seu público alvo pedia.
O principal ponto de destaque do jogo, está muito provavelmente na sua componente audiovisual. Ao longo dos episódios, somos presenteados com várias cutscenes que servem tanto de introdução como conclusão dos episódios, ou para nos mostrar o que temos de fazer. Em todas elas se nota que a produção deste jogo teve como base a série televisiva, fazendo-nos soltar algumas gargalhadas com as suas situações bizarras bem ao estilo da série.
É claro que isto só é possível graças a um trabalho sonoro irrepreensível que é bem demonstrativo dos bons niveis de produção do jogo. Todos os atores que dão a sua voz no jogo, são os mesmos da série, e não nos desiludem. Já no campo visual, a EA conseguiu reproduzir a série de forma muito próxima do perfeito, com todas as feições e elementos de Springfield a serem reproduzidos da mesma forma que na série. A principal diferença vai para a utilização do 3D, que nos permite passear pela cidade e observar tudo em redor. Convém também dizer que tudo isto ocorre de forma bastante sólida, sem quebras de frame-rate ou qualquer tipo de problema gráfico.
Quanto à longevidade da experiência, o jogo não demora mais que 8 horas a completar. É claro que temos depois a hipótese de voltar a repetir a experiência para apanhar todos os itens de coleção e desbloquear todos os troféus etc. A verdade é que tendo em conta a dificuldade de apanhar alguns destes itens, muito dificilmente estes vos vão levar a repetir a experiência. A única coisa que aumente de certa maneira a longevidade do jogo, são as time-challenges, desafios únicos e originais de cada episódio que ficam disponíveis após os completarmos. Nada demais no que toca a longevidade, mas uma boa iniciativa da produtora.
No fim, fica uma sensação um pouco estranha. Por um lado, temos um jogo mediano de plataformas, com uma ação demasiado básica e seções de puzzles e plataformas que vão pelo mesmo caminho, por outro uma produção técnica de qualidade, bem mais cómico que muitos episódios (dos mais recentes) da série. Um jogo muito agradável de ver, mas apenas bom de se jogar.

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